(... ainda que os meus olhos terrenos  não alcancem, o meu coração jamais esquece: 
pude perceber em vós asas bem maiores do que as dos pássaros da terra...)

lembro-me das cortinas de tule branco
por onde espreitava a vida com que sonhava

e no corpo que me rejeitava em tenra idade
um poço de sonhos e saudade, era tudo o que eu tinha

lembro-me que pela janela inventava-me no mundo
à noite, beijava a face da lua

lembro-me das histórias de (en)cantar
a entoar do fundo do mar

do sonho de querer abraçar o mundo 
e não mais soltar

e de cada vez que o corpo pedia sono
o cravar de mais um sonho

sei agora que jamais poderei galgar
ao exílio do mundo

cativo da Vida, sou pássaro sem asas
num Voo sem volta


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